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tratado comercial internacional Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Acordo Comercial Anticontrafação (ACTA, em inglês Anti-Counterfeiting Trade Agreement) é um tratado comercial internacional que está sendo negociado entre os países participantes, com o objetivo de estabelecer padrões internacionais para o cumprimento da legislação sobre marcas registadas, patentes e direitos autorais. De acordo com seus proponentes, como resposta "ao aumento da circulação global de bens falsificados e de pirataria de obras protegidas por direitos autorais"[3].
Acordo Comercial Anticontrafação. | |
---|---|
Tipo | Acordo multilateral |
Local de assinatura | Tóquio / Japão. |
Signatário(a)(s) |
Estados Unidos, Austrália, Canada, Japão, Nova Zelândia, Singapura e Coreia do Sul. |
Partes | Austrália, Canada, a União Européia, Japão, México, Marrocos, Nova Zelândia, Suécia e Estados Unidos. |
Depositário(a) | Governo do Japão |
Criado | |
Assinado | 1 de outubro de 2011 |
Ratificação | Ratificação por seis países. |
Em vigor | Não entrou em vigor. |
Publicação | |
Website | http://www.international.gc.ca/trade-agreements-accords-commerciaux/fo/intellect_property.aspx?view=d |
O tratado aparenta ser um complemento a um tratado anterior sobre a Organização Mundial do Comércio, Acordo TRIPs, que foi severamente criticado por "defender" o domínio cultural e tecnológico dos países desenvolvidos sobre os subdesenvolvidos.Grupos industriais com interesse em copyright, trademarks e outros tipos de propriedade intelectual disseram que o ACTA foi uma resposta ao “ aumento no comercio global de produtos piratas”. Organizações como a Motion Picture Association of America e a International Trademark Association possuem grande influencia sobre os interesses políticos do ACTA[4].
As negociações se iniciaram em outubro de 2007 entre os Estados Unidos, o Japão, a Suíça e a União Europeia, tendo sido depois integradas por Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Marrocos, México, Nova Zelândia e Singapura.O tratado foi assinado em outubro de 2011 pela Austrália, Canadá, Japão, Marrocos, Nova Zelândia, Singapura, Coreia do Sul e os Estados Unidos[5].Já em 2012, o México, a União Europeia e seus respectivos 22 membros assinaram também[6]. Entretanto, no meio de uma forte campanha contrária. o Parlamento Europeu posteriormente rejeitou o acordo, enfraquecendo severamente as possibilidades do ACTA entrar em vigor [7].
O tratado é bastante criticado pelo fato das negociações ocorrerem entre uma minoria e de forma sigilosa. E também pela existência de indícios, como os documentos vazados para o Wikileaks[8][8][9][10], de que o acordo planeja beneficiar grandes corporações com o prejuízo dos direitos civis de privacidade e liberdade de expressão do resto da sociedade. O ACTA também foi criticado pela organização Médicos Sem Fronteiras por criar barreiras a medicamentos em países em desenvolvimento [11].
O acordo final e seus termos[12] foi publicado em 15 de abril de 2011 e inclui 6 capítulos com 45 artigos:
Esse capítulos descreve o escopo do acordo assim como as relações com outros acordos. Ele afirma que as obrigações de outros acordos ainda existem mesmo com a inscrição desse acordo (1º artigo) e que o acordo é valido apenas para direitos de propriedade intelectual que existem nas leis locais do país participante do acordo (3º artigo). Os países signatários podem impor medidas mais rígidas do que o acordo requer (2º artigo) e devem compartilhar dados confidenciais para os propósitos de aplicação das leis (4º artigo). O acordo também se aplica para zonas de livre comércio (5º artigo).
A estrutura do segundo capítulo é dividido em 5 segmentos.
De acordo com esse segmento deve ser implementado mecanismos nas leis para que haja uma maneira de agir justa assim como que haja proporcionalidade entre a seriedade do infringimento do interesse de terceiros assim aplicando as medidas cabíveis (6º artigo).
Esse segmento prevê a existência de procedimentos e mecanismos judiciais para os donos de direitos de propriedade intelectual para que haja defesa dos direitos que possam estar sendo violados.
Nas fronteiras, oficiais podem agir em remessas suspeitas por iniciativa própria ou pelo pedido de um detentor de direitos de propriedade intelectual. Já em mercadorias em transito, o requerimento não precisa ser ordenada por um estado (16º Artigo). Remessas pequenas para uso comercial estão incluídas nessas medidas entretanto bens de natureza não comercial contidos na bagagem pessoal de um viajante estão excluídas desse escopo (14º Artigo).
O foco primário desse segmento é a criminalização da falsificação intencional de copyright ou direitos relacionados em escala comercial. O Artigo 23 diz que pirataria e violações relacionadas em escala comercial devem ser punidas sobre uma lei penal (crime). As penalidades que devem ser impostas devem incluir desde a detenção assim como multas suficientemente altas para o desencorajamento dos atos cobertos por estes acordo.
No mundo virtual, a aplicação civil e criminal das leis deve ser utilizada para permitir ações efetivas contra o ato de violação de direitos de propriedade intelectual ( 27º Artigo). Contudo a violação de redes digital incluindo o uso ilegal de meios de distribuição com o proposito de infrigir os direitos deve ser combatido de uma maneira que preserve os direitos fundamentais como o direito de expressão e privacidade.
Os países devem encorajar a troca de informações e expertise entre agências responsáveis pela fiscalização dos direitos de propriedade intelectual. Alem disso os membros devem coletar dados e realizar analises estatísticas para prevenir as violações ( 28º e 29º Artigo).
Para combater as violações nos direitos os membros devem promover a cooperação entre as autoridades competentes, de tal modo que seja consistente com os acordos internacionais e sujeito as leis, politicas de cada país membro.
No artigo 36 é estabelecido o comité ACTA tal que cada país membro deve ser representado. O corpo não se envolve em casos individuais mas sim monitora a implementação e pode formalmente propor mudanças e no caso da admissão de países membros da Organização Mundial do Comercio. As decisões do comité são decididas por consenso.
Neste último capítulo, são descritos os princípios e os procedimentos relacionados ao status do acordo e sua execução.
Enquanto as negociações são secretas, um grande número de corporações fazem parte dos comitês consultivos do Gabinete do Representante Comercial dos Estados Unidos e possuem acesso a documentos confidenciais.[13][14] Estes incluem The Gorlin Group, Time Warner, Merck & Co, Entertainment Software Association, CropLife America, Monsanto Company, Recording Industry Association of America, IBM Corporation, Intellectual Property Owners Association, Motion Picture Association of America, Association of American Publishers, General Motors Corporation, Generic Pharmaceutical Association, Abbott Laboratories, DuPont, Johnson & Johnson, FMC Corporation, The Dow Chemical Company, Pfizer, eBay, Oracle Corporation, Sun Microsystems, The Procter & Gamble Company, Verizon Communications, Intel Corporation e Independent Film & Television Alliance.
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