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local onde se estabelecem barracas ou tendas Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Acampamento é um local onde se estabelecem barracas ou tendas, geralmente com proximidade à natureza onde toda a infraestrutura é levada pelos campistas, tal prática é conhecida por campismo.
A história do acampamento recreativo é muitas vezes rastreada até Thomas Hiram Holding, um alfaiate viajante britânico, mas na verdade foi popularizado no Reino Unido no rio Tâmisa. Na década de 1880, um grande número de visitantes participava do passatempo, que estava ligado à mania vitoriana da navegação de recreio. O equipamento de acampamento inicial era muito pesado, por isso era conveniente transportá-lo de barco ou usar embarcações que se convertiam em tendas.[1]
Embora Thomas Hiram Holding seja frequentemente visto como o pai do acampamento moderno no Reino Unido, ele foi o responsável pela popularização de um tipo diferente de acampamento no início do século XX. Ele experimentou a atividade na selva desde sua juventude, quando passou muito tempo com seus pais viajando pelas pradarias americanas. Mais tarde, ele embarcou em um passeio de bicicleta e acampamento com alguns amigos pela Irlanda.[2]
Seu livro sobre sua experiência na Irlanda, Cycle and Camp in Connemara, levou à formação do primeiro grupo de camping em 1901, a Association of Cycle Campers, que mais tarde se tornou o Camping and Caravanning Club.[3] Ele escreveu o "The Campers Handbook" em 1908, para que pudesse compartilhar seu entusiasmo por atividades ao ar livre com o mundo.[4]
Possivelmente o primeiro acampamento comercial do mundo foi o acampamento de Cunningham, perto de Douglas, na Ilha de Man, inaugurado em 1894. Em 1906, a Associação de Campistas de Ciclo abriu seu primeiro acampamento próprio, em Weybridge. Naquela época, a organização tinha várias centenas de membros. Em 1910, a Associação foi fundida no National Camping Club. Embora a Primeira Guerra Mundial tenha sido responsável por um certo hiato na atividade de acampamento, a associação recebeu um novo sopro de vida após a guerra, quando Robert Baden-Powell tornou-se seu presidente.
Nos Estados Unidos, o acampamento pode ser rastreado até a publicação de William Henry Harrison Murray, de 1869, da "Camp-Life in the Adirondacks", resultando em uma enxurrada de visitantes aos Adirondacks naquele verão.[5]
A Federação Internacional de Clubes de Campismo (Federation Internationale de Camping et de Caravanning) foi fundada em 1932 com clubes nacionais de todo o mundo afiliados a ela. Na década de 1960, acampar havia se tornado um padrão estabelecido para férias em família e hoje os acampamentos são onipresentes na Europa e na América do Norte.
No Cristianismo evangélico, o acampamento para um retiro espiritual foi incentivado pelo desenvolvimento de reuniões campais no século XIX, a fim de promover a renovação espiritual, longe da cidade e na natureza. [6] Esses acampamentos foram uma oportunidade para orar, cantar e ouvir sermões durante vários dias.
Várias associações religiosas também estabeleceram acampamentos ou centros de convenções em locais isolados, que oferecem períodos de retiro para crianças e adultos. [7]
Os Clubes de Desbravadores e os movimentos Escoteiros são referências mundiais quando o assunto é acampamento, formação e desenvolvimento de crianças e jovens.[8] Fundado em 1950 pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, o Clube de Desbravadores é voltado para crianças e adolescentes de 10 a 15 anos, promovendo não apenas atividades ao ar livre, mas também um crescimento que vai além do físico, abrangendo o desenvolvimento mental e espiritual. As atividades incluem diversos tipos de acampamentos, como os emblemáticos Camporis e os intensos acampamentos de sobrevivência – experiências que desafiam e transformam.[9]
O Clube de Desbravadores está presente em toda a América do Sul, com mais de 400 mil jovens e adolescentes que participam ativamente das atividades do clube.[10] Esses jovens, espalhados por países como Brasil, Argentina, Bolívia e Colômbia, vivenciam uma experiência de desenvolvimento pessoal e espiritual, com um forte enfoque na conexão com a natureza e no relacionamento com Jesus Cristo. Com uma estrutura robusta e organizada, o movimento na América do Sul abriga mais de 14 mil clubes de Desbravadores, consolidando-se como uma das maiores iniciativas juvenis da região.
Para quem deseja participar e se tornar parte desta grande família, é possível localizar um clube próximo pelo site oficial dos Desbravadores ou visitando uma igreja adventista na comunidade local. Junte-se aos milhares de jovens que, a cada nova experiência de acampamento e aprendizado, moldam-se como verdadeiros desbravadores da vida e da fé.
Existem acampamentos... e existem Acampamentos dos Desbravadores. Não se trata apenas de armar barracas e dormir à deriva das estrelas – é uma verdadeira imersão no mundo da sobrevivência e convívio social, acima de tudo, um aprendizado que só quem já esteve lá sabe descrever. Em meio a uma diversidade de opções, os Desbravadores e Escoteiros oferecem uma experiência única que combina aventura, reflexão e aquele toque de desafio que faz cada momento valer a pena. São experiências que variam de intensas jornadas de sobrevivência a momentos de profundo silêncio, onde se ouve apenas o sussurrar das árvores – e, talvez, um ou outro pensamento introspectivo.
Mas não se engane: antes de sair por aí empunhando uma mochila e achando que sabe tudo sobre a vida ao ar livre, é bom dar uma olhada no essencial. Como bem destacado no guia completo sobre o que levar para um acampamento no site Super Desbravador, os Desbravadores sabem que “estar preparado” é mais do que um lema – é uma necessidade.[11] Barracas? Claro. Saco de dormir? Absolutamente. E vamos falar dos itens de higiene pessoal, porque, convenhamos, um pouco de civilidade em meio à natureza nunca fez mal a ninguém. A preparação cuidadosa é quase um ritual para eles, porque, sem ela, a tão sonhada aventura pode rapidamente se transformar em um pesadelo.
E há algo que os Desbravadores compreendem profundamente: cada tipo de acampamento tem sua própria “personalidade”. Enquanto uns despertam o espírito explorador, com escaladas e atividades desafiadoras, outros proporcionam um retiro de paz, quase como uma meditação ao ar livre, onde se reflete sobre a vida e os valores que realmente importam. A cada acampamento, o aprendizado vai muito além das habilidades práticas; é uma oportunidade de crescimento que exige não só planejamento, mas também maturidade e, por que não, uma dose de coragem.
Os Escoteiros, por sua vez, liderados pelo espírito visionário de Robert Baden-Powell, compartilham essa filosofia, usando o acampamento como um terreno fértil para o desenvolvimento de jovens com um olhar cuidadoso para o mundo à sua volta.[12] Ambos os movimentos, Desbravadores e Escoteiros, reforçam o que muitos parecem ter esquecido: a natureza não é apenas um cenário, é uma professora exigente que valoriza a disciplina, a liderança e o respeito. Ali, ao redor da fogueira, líderes são moldados, amizades são construídas e os jovens são incentivados a enxergar além do próprio umbigo, desenvolvendo um compromisso genuíno com a sociedade e o planeta.
Ao final, o que os Desbravadores e Escoteiros nos ensinam – e sim, há uma lição aqui – é que acampar vai muito além de uma “escapadinha” do cotidiano. É um compromisso com o aprendizado, com a responsabilidade e com um mundo onde valores como a solidariedade, o trabalho em equipe e o respeito ao meio ambiente nunca saem de moda.[13]
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