Abdullah Öcalan
líder independentista curdo, Secretário-geral do Partido dos Trabalhadores do Curdistão / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Abdullah Öcalan (Ömerli, província de Şanlıurfa, 4 de abril de 1949), também conhecido por Apo[1][2] (que significa "tio" em curdo e abreviação de Abdullah),[3][4] é um teórico político de esquerda curdo de nacionalidade turca, preso político, um dos membros fundadores do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, Partiya Karkêren Kurdistan) e o criador do confederalismo democrático.[5][6][7][8] Com base em um programa político que reivindica um Curdistão unificado, independente e socialista.
Abdullah Öcalan | |
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Abdullah Öcalan ca 1997 | |
Nascimento | 4 de abril de 1949 (75 anos) Ömerli |
Residência | İmralı |
Cidadania | turco |
Cônjuge | Kesire Yıldırım |
Irmão(ã)(s) | Mehmet Öcalan, Fatma Öcalan, Osman Öcalan |
Alma mater |
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Ocupação | político, escritor, ativista |
Página oficial | |
http://www.abdullah-ocalan.com | |
Öcalan ajudou a fundar o PKK em 1978, levando a organização a iniciar uma extensa luta armada em 1984 contra a Turquia, antes de propor várias tréguas durante a década seguinte. Ainda assim, o partido é considerado uma organização terrorista, entre outros, pela Turquia, pelos Estados Unidos e pela União Europeia.[9] Nos anos iniciais do PKK, teve um estilo de liderança muitas vezes violento, e muitos de seus oponentes no PKK foram mortos por ordem dele. Na década de 1990, onde liderou o PKK na maior parte do tempo na Síria, Öcalan abandonou suas demandas maximalistas em prol de uma solução política pacífica e democrática para a questão curda.[10][11]
Depois de ser forçado a deixar o território sírio, Öcalan foi sequestrado em Nairóbi em 1999 pela Agência Nacional de Inteligência da Turquia (MIT), com o apoio da CIA e dos serviços secretos israelenses,[12][13] e levado para a Turquia, onde foi preso, julgado e condenado à morte por terrorismo nos termos do artigo 125 do Código Penal Turco, que diz respeito à formação de organizações armadas.[14][15][16][17] No entanto, a sentença foi comutada para prisão perpétua quando a Turquia aboliu a pena de morte. De 1999 a 2009, ele foi o único prisioneiro[18] na ilha de İmralı, no mar de Mármara.[19][20] Em 2008, seus advogados e a Anistia Internacional relatam tortura contra ele pelos guardas. O regime prisional de Öcalan oscila entre longos períodos de isolamento, durante os quais ele não tem permissão de entrar em contato com o mundo exterior, e períodos em que ele recebe visitas.[21] Em 2012, ele esteve envolvido em negociações com o governo turco que levaram ao processo de paz curdo-turco.
Da prisão, Öcalan publicou vários livros e, a partir da leitura de obras do pensador libertário socialista Murray Bookchin, desenvolveu a ideia do confederalismo democrático, teorizando uma sociedade federalista e comunalista fora das estruturas estatais, onde a democracia direta, o ecologismo e o igualdade de gênero estão ligados.[22] A filosofia de Öcalan acerca do confederalismo democrático foi uma forte influência nas estruturas políticas de Rojava, uma região sociedade autônoma formada na Síria durante a guerra civil no país então sob controle do Partido da União Democrática (PYG), uma organização próxima ao PKK. A jineologia, também conhecida como ciência das mulheres, é uma forma de feminismo defendida por Öcalan[23] e, posteriormente, um princípio fundamental da União das Comunidades do Curdistão.[24]