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A 11.ª Brigada de Infantaria Mecanizada (11.ª Bda Inf Mec) é uma grande unidade do Exército Brasileiro sediada em Campinas, São Paulo e subordinada à 2ª Divisão de Exército. Atualmente passa por mecanização, recebendo o VBTP-MR Guarani como principal veículo. Surgiu em 1971 como brigada de infantaria blindada, usando carros de combate e o M113 como transporte, até ter a maioria de seus blindados transferidos em 2005. Nesse momento tornou-se de infantaria leve, voltada para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e operações urbanas, sendo assim um exemplo notório do uso do Exército para fins policiais. A mecanização começou em 2021, com a brigada deixando de ser de infantaria leve.
11.ª Brigada de Infantaria Mecanizada | |
---|---|
País | Brasil |
Estado | São Paulo |
Corporação | Exército Brasileiro |
Subordinação | 2.ª Divisão de Exército |
Sigla | 11.ª Bda Inf Mec |
Criação | 1971 |
Aniversários | 22 de dezembro |
Comando | |
Comandante | Gen Bda Santiago Cesar França Budó[1] |
Sede | |
Guarnição | Campinas - São Paulo |
Página oficial | https://11bdainfmec.eb.mil.br/ |
O precursor da brigada é o 1.º Grupamento de Artilharia de Costa da 2ª Região Militar, criado em Santos em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1971 o comando foi reaproveitado para formar a nova 11.ª Brigada de Infantaria Blindada (11ª Bda Inf Bld), sediada em Campinas,[2] como parte de uma série de novas brigadas organizadas no período. Ela foi constituída pelo 4º Batalhão de Infantaria Blindada (BIB) em Quitaúna, oriundo do 4.º Regimento de Infantaria (RI); 28.º BIB, em Campinas, oriundo do 1.º Batalhão de Carros de Combate Leves; 37.º Batalhão de Infantaria Motorizada (BI Mtz) em Lins, oriundo do 4.º Batalhão de Caçadores; 2.º Regimento de Carros de Combate (RCC), anteriormente batalhão, que foi transferido de Valença para Pirassununga; o 2.º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsada em Itu, oriundo do 2.º Grupo do 2.º Regimento de Obuses.[3] Em 1980 já contava também com o 2.º Batalhão Logístico, em Campinas.[4] O 4.º RI tinha dois batalhões,[5] originando outro batalhão, o 39.º BI Mtz, que não fez parte da brigada.[6]
Era integrado ainda pelas seguintes subunidades: o 1.º Esquadrão do 5.º Regimento de Cavalaria Mecanizada (1.º/5.º R C Mec) em São Paulo, oriundo do 2.º Esquadrão de Reconhecimento Mecanizado; a 1.ª Companhia de Engenharia, oriunda da 1.ª Companhia do 2.º Batalhão de Engenharia de Combate; e a 2ª Companhia de Comunicações em Jundiaí.[7] Estava disposta ao longo da rodovia Anhanguera,[2] sendo responsável pela Grande São Paulo e as regiões de Campinas e do centro do estado.[8] O 1.º/5.º esquadrão foi transformado no 11º Esquadrão de Cavalaria Mecanizada (Esqd C Mec) em 1978 e transferido a Pirassununga em 1995.[9]
Em 1975 o presidente Ernesto Geisel nomeou o general Gustavo Moraes Rego Reis para o comando da brigada. Essa foi uma de suas medidas para garantir os comandos importantes em São Paulo antes da demissão do comandante do II Exército, Ednardo D'Ávila Mello. Em Campinas, o general Moraes Rego destacou-se na política local.[10]
A infantaria dispunha dos blindados M113.[2] O 2.º RCC usava o M41 até sua substituição pelo Leopard 1A1, que chegou ao Brasil a partir de 1997.[11] Em 2004 as demais brigadas blindadas, no Comando Militar do Sul, foram convertidas de ternárias a quaternárias, e a maior parte do material blindado da 11.ª foi transferido para elas, com a brigada deixando de ser de Infantaria Blindada.[12] O 2.º RCC foi transformado em 13.º RC Mec, absorvendo o 11.º Esqd C Mec no processo. As demais unidades receberam a designação de “Leve”. Os veículos de artilharia autopropulsada foram transferidos, com a brigada recebendo obuses Oto Melara em seu lugar. O 2º Batalhão de Caçadores, até então independente da brigada, foi incorporado com o nome de 2.º Batalhão de Infantaria Leve (BIL). O 4.º BIB foi extinto, com suas instalações aproveitadas pelo 4.º BIL,[13] novo nome do 39.º batalhão, pertencente à 12.ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel).[14]
A Brigada foi designada como de Infantaria Leve (Garantia da Lei e da Ordem), voltada ao controle social nas áreas urbanas, incluindo em seu treinamento atividades policiais e o uso de armamento não letal.[15] Sua localização é apta para intervir em São Paulo e no Rio de Janeiro, concentrações populacionais com grandes eventos e manifestações.[16] A especialização em GLO oferece uma alternativa ao emprego de outras unidades menos adequadas e de custo de adestramento maior, pois a Brigada pode enviar forças a regiões distantes, como o Pará.[17] Também foi criado o Centro de Instrução de Garantia da Lei e da Ordem,[12] transformado em 2021 no Centro de Instrução de Operações Urbanas, tendo em vista a concentração de 84% da população brasileira nas cidades;[18] ali está o centro da doutrina militar urbana do Exército.[16]
Possíveis motivos da transformação em 2005 incluem a expectativa de combate urbano, diante do avanço do crime organizado no Rio de Janeiro,[15] o crescente emprego das Forças Armadas na segurança pública[19] (do qual a criação da Brigada é o principal exemplo)[20] e a vontade do Exército de evitar o surgimento de uma nova Guarda Nacional. Na mesma época o Comando de Operações Terrestres organizava forças-tarefa para GLO,[21] e em 2004 o governo federal criou a Força Nacional de Segurança Pública, com funções semelhantes, mas origem nas polícias.[20] Esse emprego na segurança pública é histórico,[19] existindo na maioria das constituições brasileiras, e em 2004 um decreto regulou a atuação nas áreas tipicamente de competência das Polícias Militares. Os aspectos legais e a especialização no enfrentamento a brasileiros são controversos, assim como o conflito dessas forças federais com a autonomia dos estados.[22]
Em 2013 a denominação de GLO foi abandonada, com o nome permanecendo apenas como de Infantaria Leve.[2] A Brigada contribuiu efetivos para a intervenção federal no Rio de Janeiro em 2018.[23] Em 2021 o Exército começou a mecanizar a Brigada com blindados Guarani. 65 dos 125 previstos já haviam chegado em fevereiro de 2022, com o final do processo previsto para 2023; a denominação deixa assim de ser de Infantaria Leve.[24] Como parte dessa reestruturação, ela trocou batalhões com a 12.ª Brigada, perdendo o 2.º BIL e recebendo o 4.º BIL.[14] Em abril de 2024 o Estado-Maior do Exército determinou que se criasse em Pirassununga, dentro da estrutura da 11.ª Brigada, a 1.ª Companhia Anticarro Mecanizada, a ser equipada com mísseis Spike LR2 ou MSS-1.2.[25]
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