Êutiques
monge de Constantinopla, que fundamentou a heresia do monofisismo / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Êutiques[1][2][3] foi um monge de Constantinopla, que fundamentou a heresia do monofisismo. Êutiques negava que Cristo, após a encarnação, tinha duas naturezas perfeitas.[4] Nasceu no ano de 378, provavelmente em Constantinopla. Ingressou na vida monástica num mosteiro da capital, onde teve como superior um abade de nome Máximo, ferrenho adversário do nestorianismo. Nascia assim, graças à sua formação religiosa, um repúdio intransigente pelas doutrinas que versavam sobre a existência da dualidade da natureza de Cristo.[5]
Êutiques | |
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Nascimento | 378 Constantinopla |
Morte | 454 |
Cidadania | Império Bizantino |
Ocupação | teólogo, presbítero, arquimandrita |
Religião | monofisismo |
Já como sacerdote, Êutiques começou a participar ativamente das questões doutrinárias.[6]
Pelos idos de 440, ele converteu-se numa figura de grande projeção no monofisismo em Constantinopla e, quando subiu ao poder, em 441, principiou uma campanha fulminante contra o nestorianismo, atacando a todos a quem julgava suspeitos. Assim, denunciou a Teodoreto de Ciro, Ibas de Edessa, Dono II de Antioquia (442-449) e até Flaviano de Constantinopla, numa carta enviada por si à sé romana.[7]
Em 8 de novembro de 448, num sínodo regional em Constantinopla presidido pelo patriarca Flaviano, Eusébio de Dorileia, um dos primeiros que haviam sido denunciados por ele como adepto ou simpatizante do nestorianismo, acusou-o de heresia. O sínodo, depois de uma turbulenta onda de acontecimentos políticos, concluiu pela condenação de Êutiques como herético.[8]
Torna-se muito difícil saber precisamente qual a base fundamental da doutrina cristológica defendida por Êutiques, seja porque nenhum de seus escritos sobreviveu até aos tempos presentes, seja pela imprecisão ou inconsistência da mesma.[7] Pode-se considerá-lo, entretanto, como o criador ou inspirador do monofisismo ou seja, a consideração de uma única natureza em Cristo e que as duas naturezas se fundiram numa só depois da encarnação e que ele, Cristo, não seria humano, portanto.[9]