Plan Rubber
Plano militar norte-americano de invasão do Nordeste brasileiro na Segunda Guerra Mundial / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O Plan Rubber (Plano Borracha, em livre tradução) foi o codinome dado pelos militares dos Estados Unidos à operação anfíbia do Joint Basic Plan for the Occupation of Northeast Brazil, J. B., Serial 737 (Plano Básico Conjunto para a Ocupação do Nordeste do Brasil, Conselho Conjunto, Série 737, em livre tradução), de 21 de dezembro de 1941. Este era um plano de invasão e ocupação da costa do nordeste do Brasil a partir das praias de Natal pelas Forças Armadas dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial. O plano jamais chegou a ser executado devido ao sucesso das iniciativas diplomáticas em andamento junto ao ditador brasileiro Getúlio Vargas.
Plano Básico Conjunto para a Ocupação do Nordeste do Brasil | |||
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Segunda Guerra Mundial | |||
Mapa da Zona de Defesa do Atlântico Ocidental | |||
Data | Dezembro de 1941 a fevereiro de 1942 (planejamento) | ||
Local | Pará e Nordeste do Brasil | ||
Desfecho | Plano cancelado | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Unidades | |||
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O saliente nordestino do Brasil é onde a América do Sul mais se aproxima da África, e portanto oferecia aos estrategistas estadunidenses uma ponte aérea através do Oceano Atlântico e uma plataforma para a patrulha marítima na Batalha do Atlântico. Desde o final dos anos 1930, a região fazia parte do perímetro defensivo dos EUA em seu planejamento militar. A partir de 1941 as Forças Armadas do Brasil reforçaram seu litoral ao norte da capital no Rio de Janeiro, até então quase indefeso, mas autoridades da administração estadunidense de Franklin D. Roosevelt consideravam essas defesas insuficientes e temiam que o Estado Novo brasileiro se alinhasse às Potências do Eixo ou fosse derrubado por um golpe pró-Eixo.
Uma intervenção terrestre no Brasil foi objeto de planos anteriores como o Pot of Gold, de maio de 1940, e o Lilac, de novembro de 1941. O Plan Rubber tinha como objetivo principal a cidade de Natal, que seria ocupada pelo Corpo de Fuzileiros Navais. Reforços do Exército dos Estados Unidos prosseguiriam por terra a Fortaleza e o Recife. Desembarques adicionais ocupariam Belém, Salvador e Fernando de Noronha. Os planejadores não esperavam que a resistência do Exército Brasileiro, Marinha do Brasil ou Força Aérea Brasileira fosse eficaz, e os reforços brasileiros teriam que vir do sul numa viagem marítima de oito a doze dias. Entretanto, a geografia difícil das praias (exceto em Salvador) e o mau adestramento dos tripulantes das embarcações de desembarque poderiam causar elevadas baixas.
Os planos militares eram a alternativa para o caso das negociações diplomáticas falharem. Estas já começavam a surtir efeito meses antes da entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial ao lado dos EUA, em agosto de 1942. As Forças Armadas dos EUA receberam permissão para operar bases aéreas e navais no saliente nordestino, tornando os planos de invasão supérfluos. O aeroporto de Parnamirim, perto de Natal, tornou-se uma das mais movimentadas bases aéreas estadunidenses durante a guerra.