Napoleão III de França
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Napoleão III (nascido Charles-Louis Napoléon Bonaparte; Paris, 20 de abril de 1808 – Chislehurst, 9 de janeiro de 1873), foi o 1.º Presidente da Segunda República Francesa e, depois, Imperador dos Franceses[1] do Segundo Império Francês. Era sobrinho e herdeiro de Napoleão Bonaparte. Foi o primeiro presidente francês eleito por voto direto. Entretanto, foi impedido de concorrer a um segundo mandato pela constituição e parlamento, organizando um golpe em 1851 e assumindo o trono como imperador no final do ano seguinte.
Napoleão III | |
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Imperador dos Franceses | |
Reinado | 2 de dezembro de 1852 a 4 de setembro de 1870 |
Antecessor(a) | Monarquia abolida (Luís Filipe I como rei) (Napoleão I como Imperador) |
Sucessor(a) | Monarquia abolida (Adolphe Thiers como presidente) |
1º Presidente da França | |
Período | 20 de dezembro de 1848 a 2 de dezembro de 1852 |
Predecessor(a) | Cargo estabelecido (Luís Filipe I como rei) |
Sucessor(a) | Ele mesmo, como Imperador dos franceses (Adolphe Thiers como presidente) |
Nascimento | 20 de abril de 1808 |
Paris, França | |
Morte | 9 de janeiro de 1873 (64 anos) |
Chislehurst, Kent, Reino Unido | |
Sepultado em | Abadia de São Miguel, Farnborough, Hampshire, Reino Unido |
Nome completo | Carlos Luís Napoleão Bonaparte |
Esposa | Eugênia de Montijo |
Descendência | Napoleão Eugênio, Príncipe Imperial |
Casa | Bonaparte |
Pai | Luís I da Holanda |
Mãe | Hortênsia de Beauharnais |
Religião | Catolicismo |
Pertencente à família Bonaparte, Carlos Luís Napoleão era o terceiro filho do rei Luís I da Holanda e de Hortênsia de Beauharnais e sobrinho de Napoleão Bonaparte. Tornou-se herdeiro do trono imperial após as mortes sucessivas de seu irmão mais velho, Napoleão Luís, e de seu primo, Napoleão Francisco (dito "Rei de Roma").
Suas primeiras tentativas de golpe de Estado falharam mas, na sequência da Revolução de 1848, conseguiu estabelecer-se na política, sendo eleito deputado e, em seguida, presidente da República. Finalmente, o bem-sucedido golpe de 1851 pôs fim à Segunda República e permitiu a restauração imperial em favor de Luís Napoleão. Seu reinado, inicialmente autoritário, evoluiu de forma gradativa após 1859 para o chamado "Império Liberal".
Durante seu reinado, Napoleão III implementou a filosofia política publicada em seus ensaios Idées napoléoniennes e De l'extinction du paupérisme (1844) — mistura de romantismo e liberalismo autoritário. Admirador da modernidade britânica, o imperador foi responsável por um considerável desenvolvimento industrial, econômico e financeiro no país e, também, pela reforma urbana de Paris (em conjunto com o prefeito Georges-Eugène Haussmann).
Com a derrota na Batalha de Sedan, durante a Guerra Franco-Prussiana, em 2 de setembro de 1870, chegou ao fim o Segundo Império Francês. Em 4 de setembro de 1870, a Terceira República foi proclamada, e Napoleão III partiu para o exílio na Inglaterra, onde morreu em janeiro de 1873.
A intensa hostilidade do consagrado literato Victor Hugo contra o imperador — a quem ele apelidou de "Napoleão, o Pequeno" —, expressa em seus livros e em suas correspondências,[nota 1] os inúmeros panfletos, análises espantadas e as diversas críticas de outros autores (como Henri Rochefort, Maurice Joly, Karl Marx com seu O 18 de Brumário de Luís Bonaparte, entre outros) e os artigos de parte da imprensa política contemporânea (como Le Siècle e L'Opinion nationale)[2] participaram do desenvolvimento daquela que muitos historiadores[nota 2] descrevem como "lenda negra" sobre Napoleão III e o Segundo Império