Escravidão na Roma Antiga
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A Escravidão na Roma Antiga implicava uma quase absoluta redução nos direitos daqueles que ostentavam essa condição, convertidos em simples propriedades dos seus donos. Teve papel importante na sociedade e na economia. Escravos não qualificados ou de baixa habilidade trabalhavam nos campos, minas e fábricas com poucas oportunidades de progresso e pouca chance de liberdade. Escravos habilidosos e educados, incluindo artesãos, chefs, funcionários domésticos e assistentes pessoais, artistas, gestores de negócios, contadores e banqueiros, educadores em todos os níveis, secretários e bibliotecários, funcionários públicos e médicos, ocupavam um estrato mais privilegiado de servidão e podiam aspirar à liberdade por meio de diversos caminhos bem definidos, com proteções legais. A possibilidade de alforria e subsequente cidadania era uma característica distintiva do sistema de escravidão de Roma, resultando num número significativo e influente de libertos na sociedade romana.
Roma Antiga |
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Reino de Roma 753 a.C. – 509 a.C. República Romana |
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Em todos os níveis de ocupação, trabalhadores livres, os escravizados e ex-escravizados em geral desempenhavam em grande parte os mesmos tipos de trabalhos. Os romanos da elite, cuja riqueza vinha da posse de propriedades, viam pouca diferença entre a escravidão e a dependência de salários provenientes do trabalho. Os escravos eram considerados propriedade conforme a lei romana e não tinham direitos de personalidade jurídica. Ao contrário dos cidadãos romanos, por lei, eles podiam ser submetidos a castigos corporais, exploração sexual, tortura e execução sumária. As formas mais brutais de punição eram reservadas para os escravos. A adequação de sua alimentação, moradia, vestuário e cuidados de saúde dependia de sua utilidade percebida pelos proprietários, cujos impulsos poderiam ser cruéis ou, situacionalmente, humanitários.
Algumas pessoas nasceram em escravidão como filhos de uma mãe escravizada. Outras tornaram-se escravas. Cativos de guerra eram considerados legalmente escravizados e as expansões militares romanas durante a era Republicana era uma importante fonte de escravos. Do século II a.C. até a Antiguidade Tardia, sequestros e pirataria colocavam pessoas nascidas livres em risco de escravização ilegal em toda a região do Mediterrâneo, sendo os filhos de famílias pobres especialmente vulneráveis. Embora uma lei tenha sido aprovada para proibir a escravidão por dívida muito cedo na história de Roma, algumas pessoas se vendiam na escravidão contratual para escapar da pobreza. O comércio de escravos, levemente taxado e regulamentado, prosperava em todas as partes do Império Romano e além de suas fronteiras.
Na antiguidade, a escravatura era vista como a consequência política do domínio de um grupo sobre outro e pessoas de qualquer raça, etnia ou local de origem podiam tornar-se escravas, incluindo romanos nascidos livres. A escravidão era praticada em todas as comunidades do Império Romano, inclusive entre judeus e cristãos. Mesmo as famílias modestas poderiam esperar ter até dois ou três escravos. Um período de rebeliões de escravos chegou ao fim com a derrota de Espártaco em 71 a.C.; as revoltas de escravos tornaram-se raras na era Imperial, quando a fuga individual era uma forma mais persistente de resistência. A caça a escravos fugitivos era a forma mais concentrada de policiamento no Império Romano.
O discurso moral sobre a escravidão estava majoritariamente preocupado com o tratamento dispensado aos escravos. Pontos de vista abolicionistas eram praticamente inexistentes na sociedade antiga. Inscrições feitas por escravos e libertos, assim como a arte e a decoração de suas casas, oferecem vislumbres de como eles se viam. Alguns escritores e filósofos da era romana eram ex-escravos ou filhos de libertos. Alguns estudiosos fizeram esforços para imaginar mais profundamente as experiências vividas pelos escravos no mundo romano através de comparações com o tráfico atlântico de escravos, mas nenhum retrato do escravo romano "típico" emerge da ampla gama de trabalhos realizados por escravos e libertos, e das complexas distinções entre seus status sociais e legais.