Eleições estaduais no Espírito Santo em 1982
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As eleições estaduais no Espírito Santo em 1982 aconteceram em 15 de novembro como parte das eleições nos 23 estados e nos territórios federais do Amapá e Roraima.[1] Foram eleitos o governador Gerson Camata, o vice-governador José Moraes e o senador José Ignácio Ferreira, além de nove deputados federais e vinte e sete deputados estaduais.[2] Foi a primeira disputa direta pelo Palácio Anchieta desde o triunfo de Francisco Aguiar em 1962 e nela vigiam regras como: voto vinculado, sublegenda e proibição de coligações partidárias. Quanto aos capixabas domiciliados no Distrito Federal, eles tiveram seus votos mandados ao Espírito Santo através de urnas especiais.[3][4][5][nota 1]
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Eleições estaduais no Espírito Santo em 1982 | ||||
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15 de novembro de 1982 (Turno único) | ||||
Candidato | Gerson Camata | Carlos von Schilgen | ||
Partido | PMDB | PDS | ||
Natural de | Castelo, ES | Vitória, ES | ||
Vice | José Moraes | Feu Rosa | ||
Votos | 448.074 | 282.728 | ||
Porcentagem | 60,34% | 38,07% | ||
Candidato mais votado por município (66):
Gerson Camata (45)
Von Schilgen (21) | ||||
Titular Eleito | ||||
Conhecido como o jornalista responsável pelo Ronda da Cidade apresentado na Rádio Cidade de Vitória, Gerson Camata nasceu em Castelo e se elegeu vereador na capital capixaba via ARENA em 1966 e três anos mais tarde formou-se em economia pela Universidade Federal do Espírito Santo.[6] Eleito deputado estadual em 1970 e deputado federal em 1974 e 1978, migrou para o PMDB tão logo o governo João Figueiredo extinguiu o bipartidarismo.[7] Candidato ao Palácio Anchieta em 1982, recebeu o apoio de dissidentes do PDS sob a liderança de Elcio Alvares e que estavam insatisfeitos com a decisão do governador Eurico Resende em respaldar Carlos von Schilgen e assim venceu a eleição.[8][9] Seus primeiros meses como governador transcorreram sob uma queixa-crime por ofensas à honra do presidente João Figueiredo, a quem chamara de "mentiroso", mas o processo foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal em 16 de novembro de 1983 sendo que Camata já havia pedido desculpas pelo ocorrido.[10][11]
Médico natural de Alegre com graduação na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro,[nota 2] o anestesiologista José Moraes prestou serviços ao atual Instituto Nacional do Seguro Social, foi diretor clínico da Santa Casa de Vitória e fundador da Sociedade de Anestesiologistas na capital capixaba. Eleito deputado estadual via PSP em 1962, foi escolhido presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo e após ingressar na ARENA foi reeleito parlamentar em 1966, mas ao final do mandato afastou-se da política até sua filiação ao antigo PP e depois ao PMDB e sua eleição a vice-governador ao lado de Gerson Camata em 1982 e quatro anos mais tarde assumiu o governo quando o titular renunciou para disputar uma cadeira de senador.[12][13]
Advogado formado pela Universidade Federal do Espírito Santo, José Ignácio Ferreira nasceu em Vitória e foi também promotor de justiça e professor. Eleito vereador na capital capixaba em 1962, ingressou no MDB sendo eleito deputado estadual em 1966, porém foi cassado pelo Ato Institucional Número Cinco em 13 de março de 1969 e teve os direitos políticos suspensos por dez anos.[14] Finda a punição foi escolhido presidente da seccional capixaba da Ordem dos Advogados do Brasil e em 1982 elegeu-se senador por uma sublegenda do PMDB.[15][12]
Em Vitória não houve eleição para prefeito e vice-prefeito por conta da legislação vigente, apenas para vereadores.[nota 3] Na disputa pelas 56 prefeituras restantes o PMDB somou 32 contra 25 do PDS.[16]